Videogames e o aprender história



Os jogos eletrônicos (videogames) já não podem ser considerados um produto recente. Mesmo seu impulsionamento inicial já ocorrera há quase 40 anos, nesse caso na década de 1980. A partir da
década  1990 e a consequente digitalização profunda das relações, esse produto só continuou ganhando popularidade, despontando atualmente inclusive de caráter esportivo.

Todavia, cabe compreender os videogames como uma mídia moderna e que atualmente está ao lado do cinema, em termos financeiros. Mais do que um produto de consumo, tais jogos se tornaram uma verdadeira cultura global, e seria extremamente negligente aos historiadores ignorar tal vertente.
Com uma linguagem própria, que alinha narrativas audiovisuais, sistemas de regras lúdicas e possibilidades diversas de interatividade, o videogame permite que jogadores explorem e interajam com ambientes digitais que contém representações e interpretações sobre o mundo social e o passado. E é isso, particularmente, que interessa e muito aos historiadores (BELLO, 2017).
Para contribuir no ensino ou mesmo na pesquisa histórica, precisamos ter compreensão de que os videogames estão se aproximaram aos processos cinematográficos de elaboração. Esses jogos são agora uma forma de audiovisual.

Captura de tela de Age of Empires
Tendo isso em mente, cabe destacar que existem os chamados jogos históricos. Dentre os mais conhecidos podemos destacar Civiliation, Age of Empires: jogos de estratégia, em que o jogador controla grupos, comunidades e exércitos através de períodos históricos, na Antiguidade e até Idade Média. Tais jogos podem possibilitar a crianças e adolescentes um panorama mínimo visual da história, dar concretude as narrativas da sala de aula, tendo em vista que são retratadas inclusive batalhas historicamente reconhecidas, como a Batalha de Orleans na Guerra dos Cem Anos.

Dinasty Warrions, jogo desenvolvido pela Koei, utilizando a clássica modalidade de games de luta, o século III da China, apresentando a guerra civil durante o declínio do poder imperial. A narrativa do jogo segue, inclusive, um romance histórico do século XV que aborda esse período chinês, chamando o Romance dos Três Reinos.

Para concluir, podemos trazer o exemplo de Medal of Honor, da EA Games, lançado em 1999, que abarca o período da Segunda Guerra Mundial. Apesar de seguir uma narrativa fictícia, o game também é feliz em proporcionar uma dimensão visual do conflito que abalou o século XX. Sendo uma franquia, e consequente tendo outros jogos na mesma temática, é possível abarcar batalhas históricas, como o desembarque na Normandia, invasão a Sicília, as campanhas no norte da África, através da perspectiva dos aliados.

Além de dimensionar o estudante a ter uma experiência histórica, os games podem inclusive aflorar a curiosidade de quem joga a pesquisa histórica, no sentido de corroborar ou comparar os fatos históricos com os que lhe é apresentado no jogo. Dessa forma, é de suma importância aos professores pensarem os jogos eletrônicos como ferramenta didática e mesmo como um meio de despertar o interesse histórico, mas sempre salientando que, assim como os filmes, as narrativas dos jogos também seguem uma lógica de quem as elaborou, de que serve a uma ideia. 



Referências:
https://www.cafehistoria.com.br/historia-e-videogames/

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